24 abril 2006

Etnocídio da justiça

Judiciário é ágil para expulsar índios e lento para garantir seus direitos, diz Cimi
O dia 19 de abril, dia dos povos indígenas, expõe os problemas enfrentados durante anos de reivindicações históricas não atendidas, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O mês de abril foi batizado como Abril indígena, pelo número de manifestações organizadas. Uma delas foi o 3º Acampamento Terra Livre, que aconteceu entre os dias 4 e 6 de abril na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF) e reuniu cerca de 550 lideranças indígenas de todo o país. A pauta apresentada ao Congresso Nacional na atividade revelou que muitos dos problemas ainda não foram solucionados pelas autoridades competentes. Para o representante Regional do Conselho Indigenista Missionário no Mato Grosso do Sul, Egon Heck, 19 de abril é dia de denunciar os problemas enfrentados dia-a-dia por estes povos: “No dia do Índio, para todos nós, não só os índios não festejarem, mas todos nos unirmos nesta grande luta de construção de um país diferente. Até quando vamos continuar sendo assassinados ou tangidos de um canto pra outro que nem animais? Somado à isso, a omissão do governo e as ofensivas judiciais quando se vê um judiciário extremamente ágil, quando se trata de mandar expulsar índios ou interromper processos de demarcação de terras, mas totalmente lento e omisso quando se trata de garantir os direitos indígenas”. O Cimi Regional do MS aponta que nenhum matador de índio está preso no estado. De acordo com um levantamento feito pela entidade, no ano de 2005, de 40 indígenas mortos no Brasil, 28 são do Estado do Mato Grosso do Sul. Com relação à morte de crianças, o documento relata que de 35 crianças mortas por desnutrição, 30 delas são do estado. De Brasília, da Agência Notícias do Planalto, Gisele Barbieri
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