A luta pela terra adquire vários sentidos em diferentes momentos. leia neste artigo da prfa. Rita Laura segato da UNB, uma das formas de compreender os sentidos humanos das relações no espaço.
(...) Espaço, território, lugar: esses termos, em uma tarefa analítica com a que aqui empreendemos, não são nem podem ser intercambiáveis. Cada um deles tem um papel,
e seu sentido deve colaborar de forma particular para entender o contexto da vida humana. Quando abordadas da perspectiva simbólica, nossas apropriações discursivas do “espaço natural” que nos contem e atravessa, mostram-se ciclicamente deficientes e transbordadas por crises históricas ou catástrofes naturais que provam sua precariedade frente à realidade inapreensível de um horizonte material, ao mesmo tempo revelada e escondida, aprisionada e vazada por elas. Por isso, se tratamos de definir o espaço dentro do cânon teórico que acata a referência a um plano simbólico ordenador do sentido, creio ser possível dizer que o espaço pertence a esse domínio do real, e é uma precondição de nossa existência, uma realidade inalcançável que sempre demonstrará exceder as categorias e medidas que lhe lançamos como uma rede ao mar, comprovando ser, ao mesmo tempo, rígido e elástico, contido e incontido, narrável e não-narrável, comensurável e furtivo. (...)
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