17 fevereiro 2006

Apagar a História?

É fácil defender a liberdade quando apagamos a história.
Sandro José

saandro@gmail.com

Em artigo publicado no dia 16 de fevereiro na FSP “Liberdade de expressão, moeda inegociável”, o psiquiatra THEODORE DALRYMPLE mais uma vez reedita o colonialismo travestido de liberdade de imprensa. Ao comentar a revolta religiosa contra as charges dinamarquesas ele afirma que “é difícil pensar em um único país muçulmano que tolere o questionamento religioso público e livre ou a rejeição de todas as afirmações religiosas. Na medida em que isso é fato, os muçulmanos vivem em um mundo mental anterior ao Iluminismo, como se Voltaire nunca tivesse vivido. Ademais, os extremistas entre eles procuram impor essa mentalidade ao Ocidente.” Volteire...quem?!
Entre a crítica aos EUA no Iraque, e o pedido de desculpas da imprensa pela publicação das charges, o autor trata as manifestações públicas com algo fora da História. Sua análise ao final reedita a velha fórmula Nós civilizados, os Outros bárbaros que serviu de pretexto a séculos de dominação e violência contra as sociedades não ocidentais. É como se a vida ocidental tivesse matado a História ou, como disse Marx, sentando nela.
A vida social vai continuar com suas contradições e a política sempre vai ser o lugar privilegiado para homens e mulheres. De fato o que se quer é barbarizar ainda mais o Outro pois, se o Ocidente triunfou é porque eles foram incapazes de afirmarem-se como civilizações! Não é possível recusar a história, sob pena de transformar o Outro num dispensável.
leia artigo do psiquiatra na integra em

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