12 fevereiro 2009

embaralho

No teto a cama refletida
Feito carta de baralho
Reis e rainhas nus
Desfilam seus monólogos.

Seriam outros corpos
das mesmas vontades
Que não saciam
Senão se adiam

Um, dois, quinze
E ainda pulsando
Quase evaporamos
Quase dissolvemos

Agora as conchas
De suas mãos
De sua boca
De sua vulva

Pequena rosa
Dilatada pelo vento
Que sopra forte
Pelas pétalas pequenas

Um comentário:

LUCIMAR SIMON disse...

Otimo texto, profundo na sua complexidade e muito apropriado para essa epoca do ano, onde corpos de muita beleza sao utilizados apenas como objetos e depois descartados ate o proximo ano.

Perfeito...