05 novembro 2009

Agrotóxico e Direitos Humanos

Trabalho com os Tupinikim e Guarani desde 1995, com as comunidades quilombolas desde 2004 e li os resultados da pesquisa da professora Sônia Misságia Mattos sobre os pomeranos. Todos estes grupos estão no Espírito Santo.
Uma das coisas que une estes três grupos distintos é o impacto que os agrotóxicos tem em suas vidas. Coversei com muitas pessoas segas, vi muitas morrerem de câncer e outras crianças morrerem intoxicadas. Todas reclamaram do envenenamento dos recursos naturais e, como sua fonte de trabalho e alimentação está diretamente ligada a eles, o número de vítimas nestes grupos é bastante grande.
Em Caieiras Velhas vi pessoas segas, em São Mateus, crianças e trabalhadores intoxicados e entre os pomeranos a Dr. Mattos indica que há suicídio em decorrência de disturbios causados pelo agrotóxico.
Mas, ao que parece não há um tratamento adequado à questão do agrotóxico. O Espírito Santo é o segundo maior consumidor de agrotóxicos no Brasil! E não temos uma política de controle de produtos já condenados internacionalmente.
Acredito que ao propor a fiscalização do CEASA, perde-se o foco no agronegócio da celulose e do cana, maiores consumidores dos agrotóxicos. Não se trata apenas de uma questão de "desenvolvimento sustentado", recolhendo embalagens e pagando ao produtor por elas, como aponta a fleuna geral, mas da garantia de Direitos Humanos fundamentais.
(veja matéria do século diário, clicando no título)
"...Estes venenos, lembra o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), são reconhecidos mundialmente por contaminar o solo, a água e o ser humano através do consumo dos alimentos contaminados, mas também pelo manuseio, como é o caso dos trabalhadores que atuam em áreas de plantio de soja, eucalipto, cana, entre outras monoculturas.
No Estado, por exemplo, o uso do Roudup já foi apontado como o causador de inúmeras deficiências imunológicas, problemas de audição e visão e até má formação genética de bebês. Ainda assim, o agrotóxico deverá continuar sendo usado no Estado pelos grandes produtores, como a Fibria (ex-Aracruz)."
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