(...)Depois que os irmãos Lumière inventaram o cinema há um século, é possível que eles tenham pensado que este engenho viesse a se tornar objeto de especial atenção de historiadores e outros pesquisadores das ciências humanas. É até possível que tenham pensado que a produção de imagens exibidas numa tela viesse a ter a sua cronologia registrada pelo historiador, mas com muita dificuldade imaginariam que o cinema fosse adquirir uma importância tão grande para a história e para os historiadores a ponto destes cunharem a expressão cinema-história. Os historiadores, por sua vez, na época da fundação do cinema, estavam mergulhados na concepção positivista, atualizada na França por Langlois e Seignobos, para a qual "a história só se fazia com documentos". O documento, para a mentalidade de então, era sobretudo o escrito, ponto de partida e de chegada para a reconstrução do fato histórico. Eles foram incapazes de mudar suas concepções, não somente no que concerne à história, mas também à documentação.(...)(Jorge Nóvoa)
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